Empresas de ônibus do DF estão sob suspeita de reduzir ainda mais a frota



O Governo do Distrito Federal (GDF) ordenou que o Grupo Amaral não retire da capital federal nenhum dos seus 446 ônibus cadastrados no Sistema de Transporte Coletivo Público de Brasília, assim como estabeleceu que não sejam arrancadas peças e equipamentos dos veículos em circulação. A suspeita é de que as empresas do grupo estejam cometendo sabotagem, diminuindo ainda mais a capacidade operacional, já reduzida e precária. São atingidas pela medida, publicada como instrução no Diário Oficial do DF da última quarta-feira, a Rápido Veneza, a Rápido Brasília e a Viva Brasília, que ligam cidades como Planaltina, São Sebastião, Paranoá, Itapoã e Sobradinho ao Plano Piloto.

O Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) tem recebido nos últimos dias denúncias indicando que as empresas estariam retirando parte da frota das ruas de Brasília e transferindo para o Entorno, onde o Grupo Amaral opera com a Santo Antônio. Também foram relatados casos de peças e equipamentos que estariam sendo levados para serem instalados em ônibus que não rodam exclusivamente na capital federal. “Estamos investigando a veracidade desses fatos. Caso seja comprovada a irregularidade, vamos tomar medidas administrativas, como multas, e até mesmo judiciais. Se for confirmada, é crime (contra o sistema de transporte coletivo). O GDF não vai ficar passivo diante desse caso”, avisou o diretor-geral do DFTrans, Marco Antônio Campanella.


A instrução assinada por Campanella vale a partir de 7 de fevereiro deste ano. Ele explica que a determinação é preventiva. “É um meio de a administração se precaver, já que há indícios de tentativa de sabotagem. Temos uma comissão criada para investigar especificamente este caso e, em breve, poderemos ter novidades. Estamos em um período de transição, que passa pela licitação do sistema, e a população não pode ser prejudicada”, acrescentou o diretor.


Uma das suspeitas do Executivo é de que o Grupo Amaral estaria piorando os seus serviços por restarem poucas esperanças de conseguir se manter no novo modelo de transporte coletivo da capital. Nos dois lotes já licitados (leia Memória), o grupo participou dentro do Consórcio Brasília e foi desclassificado. Nos três lotes remanescentes, também se candidatou como Consórcio Metropolitano, mas os documentos ainda estão em fase de análise. “Não temos como adiantar as chances deste ou daquele concorrente”, disse uma fonte na comissão de licitação da Secretaria de Transportes do DF. Em contato telefônico com o Grupo Amaral ontem, o Correio foi informado pela atendente da diretoria que a pessoa responsável por falar sobre o assunto seria o diretor operacional, identificado como Paulo Antônio. No entanto, ele não foi localizado até o fechamento desta edição.



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